terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Índice norteia gestão de recursos hídrico


Melhorar a gestão dos recursos hídricos em terras secas, este é um dos objetivos do Índice de Pobreza Hídrica (IPH), ferramenta desenvolvida pela pesquisadora britânica Caroline Sullivan, Southern Cross University, apresentada ontem durante o segundo dia de debates na II Conferência Internacional: Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (II ICID), em Fortaleza, Ceará.

O painel que tratou deste tema foi moderado pelo Coordenador da área de Recursos Naturais do IICA, Gertjan Beekman.

O índice utiliza dados de desenvolvimento humano, disponibilidade, distribuição e acesso à água. O resultado pretende nortear ações de gestão, é o que ressalta Renata Luna, professora do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, da Universidade Federal do Ceará, que aplicou o IPH na bacia do Salgado, sudeste do Estado do Ceará.

“A Bacia do Rio Salgado é composta por 23 municípios e apresenta característica inerente a região, além de uma diversidade fitoecologica, populações diferenciadas do ponto de vista sócio-econômico. A partir das variáveis de desenvolvimento humano foram montados os indicadores de recursos de uso, de disponibilidade, de acesso e meio ambiente”, pontuou Renata.

A pesquisadora Sullivan destacou que “os conflitos pelo uso da água podem surgir quando os sistemas de distribuição de água não atendem as pessoas pobres. Ao tomar decisões de gestão da água mais justas e transparentes, o Índice pode contribuir para a erradicação das condições que reforçam a pobreza”.

A ideia é levar aos gestores dos recursos hídricos dos estados o resultado da aplicação do IPH, para definir a urgência de ações de gestão. Renata explicou que, no estado do Ceará, os resultados possibilitaram a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) verificar quais os municípios que apresentaram posição mais severa precisa de atenção na implementação de medidas. “Outros estados se interessaram, porém estamos com dificuldade de aplicar da ferramenta em outras bacias, pois os dados estão desatualizados. Prevemos que a partir do próximo ano, com a divulgação do novo senso, poderemos aplicar e ter um uso mais efetivo da ferramenta.

As pesquisadoras Elena Maria Abraham e Maria Eugênia Fusari, do Instituto Argentino de Investigações sobre as Zonas Áridas (IADISA) realizaram uma atividade semelhante no Departamento de Lavalle, ao norte da cidade de Mendoza, Argentina.

Brasília, 18/8/2010
http://www.iica.int/Esp/regiones/sur/brasil/Lists/Noticias/DispForm.aspx?ID=30

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